parte 2.

Os movimentos cada vez mais constantes debaixo do edredom do Tiii, o filme q rodava na TV, a cara de paisagem da Chu olhando o filme, o Rique e o PePe (namorado do Rique)... tudo isso rodeava minha cabeça junto ao calor do álcool. Eu estava numa situação de constrangimento, de medo, de raiva... minha única saída era apelar pra minha Best q estava deitada em frente a mim. Num salto voei direto pra cima da picanha dela.
- O Reh e o Tii estão metendo!?
- Han !?
- É Chu, olha lá meu! – eu tentava disfarçar minha tristeza com alguns risos clichês.
- :O (Chu assustou). – virando pra mim e tentando me acalmar com carinhos e abraços – Calma Fee. Relaxa.
- Relaxar como!?
- Vem cá. Pegou minha mão e foi me guiando corredor a dentro até o quarto do Tiii.
- Eu não acredito nisso! Eles zuava o Tiii por ser tão gay afeminado e agora isso!? E o Tiii também, que amigo viu!
- Não pensa nisso não Fee.
Ela me abraçou, e foi ali que caiu minha primeira lágrima, até hoje não sei se foi de tristeza, se foi de ódio ou rancor. Mas foi a partir dessa lágrima que veio a certeza de que, mais um vez, eu havia me envolvido com a pessoa errada. Eu estava um tanto quanto alienado, o abraço da Chuzinha foi meu único conforto naquele momento. Tive que me manter forte e demonstrar indiferença, eu não podia deixar o Reh me detonar naquele momento. Voltamos pra sala, o mexe-mexe continuava, e eu com os olhos cheio de lágrimas, o coração partido em milhões de pedacinhos e minha expressão, definitivamente, não era das melhores. De repente baixam os edredons, me senti um pouco mais aliviado e cheio de vontade de saber o que realmente tinha acontecido, me recorri a Chu mais um vez, pedindo que ela averiguasse e ficasse por dentro de tudo e que me informasse também. Mas as respostas só vieram no dia seguinte.
- Bom diaaaa Feeee!
- Ooi Chuu.
- hehe [x]
- E ai... falou com eles?
- Então, perguntei pro Tiii, ele disse q eles n fizeram nada ontem não, só beijaram. – cara de convicente.
- Hunf. Beijar. E Desde quando pra beijar precisa de toda aquela cena!? – Eu não conseguia acreditar que havia rolado só beijinhos. E conhecendo o Tiii como conhecia, e o Reh também (louco por sexo) estava extremamente certo de que havia rolado, na noite anterior, um sexo selvagem debaixo do edredom e sem preservativo, ou com.
Esse meu domingo foi basicamente composto por cigarro e ódio. Felizmente já era o dia do Reh voltar pra Poços, o lugar de onde o demente jamais deveria ter saído. Dei a grana pra ele voltar e ele foi se despedir do pessoal. O desgraçado e cara-de-pau de tchau pra todos, com direitos e abraços e risos, lembranças e fingimentos de saudades, o mais engraçado foi que ele não teve a audácia de se quer me falar oi, eu continuava não existindo pra ele. Eu continuava sendo um elemento X. Estava eu sentado no sofá quando o filho da mãe passou por mim, até me deu uma olhada com ar de deboche, e depois olhou pra Chu e sorriu, foram até a porta da casa e ele tomou o ônibus. Eu estava acabado e sem coragem pra nada, nem se quer pra tirar satisfações com o Tiago. No dia seguinte tomei meu rumo de volta pra casa, entrei na net e exclui o Reh da minha vida. Exclui de Orkut, Fotolog, Msn e etc.
Renan foi esse grande isso pra mim: uma paixão mascarada, repleta de mentira e traição e confiança zero. Acho que apenas uma palavra pode descrever o que penso dele hoje: BOSTA.

Voltei pra casa, meu pai já havia voltado pra Manaus. Meu irmão preparava-se pra mudar pro interior de MG, por causa da faculdade e eu, comecei a bater cartão todo sábado na Pride. Passaram-se vários sábados insignificantes, de bebida, novos colegas insignificantes e talz, até o dia que conheci a Mah, Mah Dellano. Na pista da balada eu já estava reparando q tinha uma garota super linda, e com aparência de ter personalidade forte e legal. Até ai ok, o Tiii estava pegando um cara quando o piercing dele se escafedeu e foi ai que Mayara entrou em nossa vida, ela também tinha piercing no lábio e encontrou o Tiii no barzinho super preocupado, ela por sua vez, tirou o próprio piericng, lavou e deixou com o ele. Fomos apresentados e eu beijei uma amiga dela, mais umas pessoas a nossa volta e ela também. Tiramos fotos, passamos MSN e tudo mais. Dançamos, e dançamos muuuuito!
Ela entrou em contato na semana seguinte e saímos todos juntos pra Pride, e foi ali que surgiu uma grande amizade. Ela sempre fofa, carinhosa e não muito delicada se aproximou bastante de nós.
Amizades a parte, o tempo passando e algumas coisas mudando, meu cabelo já estava grandinho e eu tinha os melhores amigos mundo, supostamente. Me aproximei do Eloy e conheci um garoto super fofo pelo Orkut. Depois de alguns meses de muuita conversa fomos nos conhecer, o nome dele é Ike. É alto, na época tinha 17 anos, loiro e tem olhos claros. Quando nos conhecemos foi paixão a primeira vista, nos conhecemos no Dompas e graças a Monique, eu conheci um lugar totalmente GLS uma rua abaixo do shopping, um lugar que chamávamos de “Trilha”. Fui pra lá com o Ike, ficamos mais a vontade pra conversar e tudo mais, ele me encantava a cada palavra que dizia. Me roubou um beeijo, e depois outro e mais outro. As horas foram passando, o sol se pondo e os beijos ficando mais ardentes. Não posso negar que enquanto mais ele me beijava mais eu queria, mais eu sentia vontade de senti-lo. Meu desejo não era apenas carnal, achei ele um garoto incrível. E depois do anoitecer, ali mesmo na trilha, num cantinho mais reservado, o fogo falou mais alto e...
Ufaaaa... risos. Prefiro não comentar o que aconteceu, mas eu ADOREI. Tanto que fiquei triste quando deu o horário dele ir embora, mas eu também não podia me atrasar, ainda tinha q ir até a rodoviária buscar o Eloy pra irmos a Pride. No caminho eu não conseguia parar de pensar no Ike. Ahh, pensei muito, muito mesmo, pensei que finalmente tinha conhecido alguém com o pé não chão, sem muita diferença de idade e com objetivos, não um Zé ninguém de 20 anos e desempregado/vagabundo/burro como o anterior (reh). Desci do ônibus ao lado da rodoviária, eu estava ouvindo alguma musiquinha boba de amor cafajeste quando fui abordado, NO MEIO DA RUA, por um trombadinha =O. Ele segurou meu braço e disse alguma coisa, eu dei um puxão e tomei meu rumo, mas ele insistiu, eu tirei o fone e ele gritou: passa a bolsa!, eu retruquei: NÃO! E dei outro puxão e sai correndo, com as mais pra cima e gritando: LADRÃÃÃÃO! AAAAAAAAH, SOCORRRO! LADRÃÃÃÃÃÃÃÃO! Ele correu atrás de mim um pouco, mas não muito, eu venci! Rs. Encontrei com o Eloy e fomos a um barzinho no centro de Campinas encontrar o resto do pessoal. Conheci algumas pessoas que honestamente nem valem a pena ser citadas ;)
A balada foi legalzinha, depois fomos ao gordão e em seguida voltei pra casa.